
LIÇÃO 9
O ACÓLITO NA PRIMEIRA PARTE DA MISSA.
1. O acólito prepara-se para a Missa.
Nas lições anteriores já dissemos algumas coisas sobre os preparativos da Missa. Vamos recordá-las e completá-las. O acólito será tanto mais perfeito no seu serviço litúrgico, quanto melhor aprender e mais perfeitamente realizar cada pormenor da sua função.
Começamos por recordar que nenhum acólito deve chegar atrasado à igreja, porque, antes de a Missa começar, cada um tem várias coisas a fazer.
A primeira de todas é a preparação espiritual para participar na celebração. Este ponto deve ser levado muito a sério por todos os acólitos, sem excepção, desde os maiores aos mais pequenos. O que é preparar-se espiritualmente para a celebração da Missa? É chegar a horas à igreja, ajoelhar-se, fazer o sinal da cruz e falar, durante breves momentos, com o Senhor, presente no pão consagrado do sacrário e também na comunidade ali reunida.
Só depois, e sem pressas, é que o acólito faz a sua segunda preparação, não já interior, mas exterior. Em que consiste ela? Em vestir a túnica e em ajudar os mais novos a fazer o mesmo.
2. Preparar as coisas no presbitério.
Em cada celebração deve haver um acólito responsável pelos outros e pela coordenação de tudo o que a todos diz respeito. Vamos chamar-lhe primeiro dos acólitos. Há também os acólitos designados para cada um dos serviços: acólito do turíbulo ou turiferário, acólito da cruz, acólitos dos círios ou ceroferários, e outros acólitos designados para outros serviços (por exemplo, o acólito do livro, os acólitos que colocam sobre o altar o corporal, o sanguinho, o cálice e o Missal ou que os apresentam ao presidente, os que ajudam o presidente a receber os dons do povo, os que lhe entregam a patena ou o vaso com o pão, o vinho e a água, os que lhe apresentam as lavandas, e aqueles que hão-de acompanhar os ministros durante a distribuição da comunhão, segurando a bandeja).
Entre todos estes tem função especial o acólito do livro, ou seja, o acólito que apresenta, ao presidente da celebração, o Missal e a Oração dos fiéis. Este acólito deve ter o cuidado de pôr o Missal no seu lugar, devidamente marcado, e de ver qual é a fita que indica as orações do dia, para não as confundir ao apresentar o livro ao presidente. Se o sacristão já tiver posto o Missal no seu lugar, nem por isso o acólito deve deixar de ir verificar onde o deve abrir.
Embora a preparação dos outros livros litúrgicos da Missa pertença aos leitores e ao salmista, o primeiro dos acólitos deve verificar se todos eles (Leccionário, Oração dos fiéis e Livro dos Salmos) estão nos respectivos lugares e devidamente marcados.
O primeiro dos acólitos deve verificar também se, na credência (ou no fundo da igreja, sobre uma mesa, quando houver procissão com os dons) estão: o cálice, o corporal, o sanguinho e, se for preciso, a pala; a patena e a píxide, se esta for necessária; o pão para a Comunhão do sacerdote, dos ministros e do povo; as galhetas com vinho e água; a caldeirinha com água e o hissope ou um ramo, quando se fizer a aspersão; a bandeja ou bandejas para a Comunhão dos fiéis; e o que é preciso para o sacerdote lavar as mãos (jarra com água, bacia e toalha ou manustérgio). O cálice pode estar coberto com o véu da cor do dia ou branco.
Para que os acólitos aprendam a fazer bem os diversos serviços litúrgicos que lhes dizem respeito, devem-nos realizar rotativamente. Para isso é bom que, na igreja, haja um quadro com os nomes e as funções de cada um em cada domingo e, se for caso disso, também durante a semana.
3. Preparar as coisas na sacristia ou no fundo da igreja.
Na sacristia (ou no fundo da igreja, sobre uma mesa, quando a procissão de entrada partir daí) preparam-se as vestes: para o presidente: a alva, a estola e a casula; para o diácono (quando ele estiver presente): a alva, a estola e a dalmática; para os outros ministros: as alvas ou as túnicas.
Também aí se devem preparar outras coisas: o Evangeliário, que será levado na procissão por um leitor; o turíbulo e a naveta com incenso (quando este se usar); a cruz processional; e os castiçais com círios ou velas.
4. A procissão de entrada e os ritos iniciais.
Tudo o que dissemos até este momento na lição de hoje foi a propósito da preparação das pessoas e das coisas para a Missa. Chegou o momento de falar da celebração em si mesma.
A Missa começa pela procissão de entrada. Esta procissão, pelo menos nos dias mais festivos, parte da sacristia (ou do fundo da igreja), e daí, passando pela coxia central, dirige-se para o presbitério, enquanto o coro canta o cântico de entrada.
A procissão organiza-se assim: acólito do turíbulo, com o turíbulo fumegante; acólito da cruz, com a cruz processional; pelo menos dois acólitos dos círios, que caminham ao lado do acólito da cruz, com círios acesos, nos castiçais; outros acólitos, de entre os que designámos acima, e que sejam necessários para uma celebração bela e harmoniosa; leitor, com o Evangeliário um pouco elevado; diácono ou diáconos (quando estiverem presentes); presbíteros concelebrantes (quando estiverem presentes); presidente da celebração (bispo ou presbítero).
Ao chegarem junto do altar, todos fazem inclinação profunda; se no presbitério houver sacrário com o Santíssimo Sacramento, todos genuflectem, excepto o acólito da cruz e os acólitos dos círios.
Os acólitos colocam a cruz e os castiçais junto do altar e o leitor depõe o Evangeliário no centro do altar; se não houver incensação, todos ocupam imediatamente os seus lugares e participam activamente na celebração, cantando e respondendo às saudações do presidente.
Os ritos iniciais da Missa terminam pela oração Colecta. Quando o presidente diz ou canta: Oremos, o acólito do livro vai buscar o Missal e apresenta-o, aberto, ao presidente, segurando-o com ambas as mãos. Depois de o povo dizer: Amen, o acólito depõe o Missal no seu lugar.
O acólito do livro deve aprender a abrir o Missal e a segurá-lo, à altura devida, mas sem amarrotar ou sujar as folhas. Para isso não se esqueça de lavar muito bem as mãos antes de a Missa começar.
5. A Liturgia da Palavra.
Terminados os ritos iniciais da Missa, começa imediatamente a Liturgia da Palavra. Escusado será dizer que os acólitos a devem escutar com toda a atenção e fé. É Deus que lhes fala pela voz dos leitores. Já dissemos, noutra lição, qual deve ser a atitude dos acólitos. Eles vão ser vistos por toda a assembleia. Principalmente as crianças e os jovens vão ter os olhos postos neles. Nada lhes vai escapar.
Cada vez que um leitor ou o salmista vai para o ambão, pode ser acompanhado por um acólito; mas não é obrigatório. Não se deve fazer isso habitualmente, mas apenas nos dias mais solenes. Quando se fizer, o acólito vai até junto do leitor ou do salmista, e acompanha-o até ao ambão; depois vai sentar-se e, quando a leitura ou o canto termina, levanta-se e acompanha de novo o leitor ou o salmista ao seu lugar.
Quando tiver sido lida a segunda leitura, um acólito vai tirar o Leccionário do ambão, para que aí seja colocado o Evangeliário. E se houver procissão solene com o Evangeliário, tomam parte na procissão o acólito do turíbulo e os acólitos com círios acesos, que se colocam junto do ambão, um de cada lado daquele que proclama o Evangelho, ou onde der mais jeito, de modo a não impedir a visibilidade aos fiéis.
Terminada a proclamação do Evangelho, colocam os castiçais no lugar onde foram buscá-los.
Durante a homilia devem escutar com atenção; e se o presidente chamar algum, este deve fazer o que lhe for pedido com desembaraço e simplicidade, mas sem dar nas vistas.
Ao terminar a recitação do Símbolo da fé ou Credo, um dos acólitos, se o presidente for para a sua cadeira, leva-lhe o livro da Oração dos fiéis, e apresenta-lho aberto. Caso contrário leva o livro para o ambão, e entrega-o ao presidente que aí se encontra ou coloca-o ele próprio na estante do ambão.